Arte contemporânea pela perspectiva periférica
O artista plástico Samuel D’Saboia, um jovem de 21 anos da periferia do
Recife, busca através de sua arte redefinir a representação do negro na mídia,
que até hoje é carregada de estigmas como a escravidão, violência e
sexualização. Atualmente suas obras já foram expostas em diversas galerias pelo
Brasil e pelo mundo.
Essa visibilidade ocorreu de forma lenta. Samuel produz desde os 14
anos, mas não tinha condições de sair do seu bairro Totó para frequentar os
locais elitizados da capital, onde geralmente ocorre as manifestações
artísticas. Foi através da internet, em uma página no facebook, que o jovem
conseguiu atrair olhares para suas obras contemporâneas. A partir disso ele
investiu no meio digital e se tornou reconhecido internacionalmente, mesmo que
muito dos seus conterrâneos não conheçam seu trabalho.
A internet para Samuel e para tantos outros artistas é uma maneira de
divulgação independente, uma forma de reparar a invisibilidade gerada pela
mídia tradicional, que através dos critérios de noticiabilidade segue excluindo
artistas periféricos, que acabam ficando na margem tanto da sociedade quanto da
mídia por não se enquadram em determinados padrões. Assim, Samuel encontra uma
forma de devorar influências artísticas e digerir, criando a sua própria arte,
o que é uma maneira de resistir e reivindicar o seu lugar na sociedade.
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