O desfile da Água de Coco e a importância da representatividade
Nessa sexta-feira, 27, em São
Paulo, aconteceu o desfile para a marca Água de Coco de sua nova coleção. Além
de peças maravilhosas, o evento se destacou ao trazer modelos “fora dos padrões”,
como plus sizes e modelos over50. A
ação evidenciou a importância da valorização de todos os tipos de pessoas.
A Coleção
A coleção de peças beachwear,
comandada pelos estilistas Liana e Renato Thomaz, ganhou o nome de Hotel
Colletion e foi inspirada em hotéis luxuosos pelo mundo. O desfile foi dividido
em seis blocos, cada um representando um lugar específico no mundo: Grécia,
Itália, Marrocos, Mônaco, Rio de Janeiro e São Paulo, tendo esse como hotel homenagiado
o Tivoli Mofarrej – onde foi
realizado o evento. As peças têm um estilo tropical chic, trazendo muito
movimento, como vestidos e babados, estampas que em sua maioria remetem à praia
e cores com diferentes tons terrosos, de verde, azuis, preto e branco.
Representatividade no desfile
“Não existe mais fazer maiô só
para gente magra e perfeita. Todo mundo é igual, então precisa ter essa
inclusão. É muito ruim chegar em um lugar, ter dinheiro e não ter nenhuma roupa
que você possa comprar". Liana entendeu que seus consumidores querem se
ver nas passarelas, querem ter a sensação de pertencimento. "A gente
sempre teve essa preocupação mas, como o mundo está mudando muito, quisemos dar
essa evidência”, completa ela. Percebeu-se que era indispensável expor essa
necessidade e, assim, aconteceu a escolha dos modelos desse desfile. Teve-se
como destaque a influencer Paola Antonini, que usa prótese em sua perna desde
2014; a modelo Isabela Hickmann, grávida de 20 semanas; a atriz alemã Constanze
Von Oertzen de 53 anos; a modelo over 50, Victoria Corbasson e a modelo plus
size Muriel Segovia.
A importância da representação
Desde que somos pequenas vemos
modelos magérrimas, brancas, jovens e aparentemente sem um ‘defeito’ se quer
nas passarelas, esbanjando um padrão inalcansável de “beleza”. Não as culpo por
isso e nem considero errado, mas culpo sim a sociedade que perpetua esse único
tipo como o certo. Casos e mais casos de insatisfação com o próprio corpo são
comuns a muitas mulheres e o meio da moda tem sua parcela de culpa. Os desfiles
são os principais, além da mídia, perpetuadores de “padrões que devem ser
seguidos” e não se ver representado lá traz a sensação de impertencimento, o que
nos dias de hoje vem se tornando cada vez mais inaceitável.
Aos poucos as mulheres negras
ganham espaço nesse meio, que apesar de ainda ser pouco, transformam essa
realidade. Mas, infelizmente, muitas outras minorias ainda são negadas, assim, mudar
o conceito de belo, abraçar o singular e permitir que as pessoas, em especial
as mulheres, deixem de ser reféns de um padrão ainda não é tão comum.
Ao trazer representatividade
para seu desfile, a Água de Coco mostra exemplos como a influencer Paola
Antonini que representam mulheres reais. Põe o foco em mulheres que não usam 36
e 38 e que também podem ficar lindas com suas peças, em grávidas e mulheres
maduras que também podem se sentir sensuais. Esse tipo de ação, estimula o
olhar para si de uma forma diferente, elevando a confiança.
Todas essas mulheres
representam força. Todas representam quebra de barreiras. Todas representam a
realidade. Abraçam minorias desvalorizadas e enaltecem suas belezas únicas. E,
por fim, mostram que vieram para incentivar a transformação do cenário atual que
ainda fecha os olhos para a beleza do diferente.
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