''Como você pode ser um artista e não refletir os tempos?''
‘’Como você pode ser um
artista e não refletir os tempos?’’ A frase dita por Nina Simone, grande artista e ativista dos direitos civis dos
negros norte-americanos, nos faz pensar sobre o papel do artista para além da
sua profissão, principalmente nesse período de eleições em que um fascista pode
ser eleito e governar o nosso Brasil #EleNão.
Algumas pessoas podem achar
que um artista só pode lidar com questões que ele de fato entende e se dispôs a
fazer. Ou seja, um cantor só deve cantar e uma atriz só deve se preocupar com a
atuação. Porém, há quem discorde disso.
Outra grande artista usou
sua influência para apoiar a Hillary Clinton na eleição para presidência dos
Estados Unidos em 2016, a Katy Perry. E ainda afirmou que ‘’ Se você tem
uma voz, tem a responsabilidade de usá-la agora, mais do que nunca’’.
Então, veja agora os artistas, além dos mencionados, que mostram que sua profissão e a política tem tudo a ver sim.
Então, veja agora os artistas, além dos mencionados, que mostram que sua profissão e a política tem tudo a ver sim.
A cantora que já vendeu mais de 50
milhões de discos mundiais não é só a voz das músicas dançantes ou românticas
que tocam em festas ou em aplicativos de streaming por aí. Beyoncé usa sua
influência em diversas ocasiões para colocar em pauta assuntos que atingem a
minoria negra e as mulheres.
Só no show de intervalo do Super
Bowl, grande final de campeonato de futebol americano NFL, nos Estados Unidos,
a cantora levantou a questão do racismo, o excesso de violência de policiais contra
negros e usou referências do movimento revolucionário Pantera Negras. Ela expôs
essas questões para 111,9 milhões de telespectadores e fez do seu show também
um ato político.
Sem contar o seu apoio público a
Hilary Clinton em oposição a Donald Trump e a performance no VMA com a palavra ‘’feminismo'' no telão.
Se você acha mais fácil ser um
artista ativista nos dias de hoje, imagine fazer isso nos anos 80, em que o
preconceito contra as minorias era ainda mais forte. Durante uma época em que o
preconceito e o desconhecimento sobre a AIDS fazia a comunidade gay, público - majoritário
da Madonna - serem ainda mais relegados, a cantora doou os lucros do seu show
para a American Foundation for AIDS Reserch em 1987, e distribuiu panfletos
sobre como prevenir a AIDS.
E não para por aí, ela ajudou na
legalização do casamento gay nos Estados Unidos, em 2011, ao mobilizar seu
público e incentivá-los a apoiarem o projeto de lei que tornaria o casamento
homoafetivo legal. Além de criticar organizações que discriminam os LGBTs,
apoiar a Ellen DeGeneres quando a mesma assumiu sua homossexualidade em 1997 e
desafiou a lei anti-gay na Rússia, um dos países mais homofóbicos do mundo,
durante a sua turnê.
A estrela de Harry Potter se
engaja na luta em prol da igualdade de gênero e torna-se uma das principais
caras no meio artístico a apoiarem o feminismo. Em 2014 a atriz foi convidada a
ser embaixadora da Boa Vontade Onu Mulheres. Mas
já antes disso, em 2012, ela foi nomeada embaixadora da Camfed Internacional,
para tentar promover a educação das mulheres na África do Sul.
Além disso, a atriz criou o clube
de leitura feminista, que pretende discutir mensalmente, a partir do livro escolhido,
os ideais feministas. A iniciativa foi ainda mais visibilizada com os livros
sendo espalhados por Emma nos metrôs de Londres e Nova Iorque.
O grupo pouco conhecido na
militância, comparado as outras artistas mencionadas, voltou em 2018 com letras
musicais mais politizadas que denunciam o racismo, violência policial e o
sistema judicial.
O single ‘’Street living’’,
lançado em janeiro deste ano, expressa em diversas frases já disseminadas pelo
movimento ‘’Black Live Matter’’, que luta pelo preconceito contra os negros,
como ‘’take action now’’ (entre em ação agora) e ‘’stay woke’’ (permaneça
acordado).
Um dos integrantes do grupo,
Wi.I.am, reforçou a importância dos artistas se posicionarem, do mesmo modo que
atletas se engajam em movimentos políticos e que, apesar dos discursos
políticos estarem em alta nas músicas, não se trata de um oportunismo, já que a
banda também discutiu questões como o sistema educacional e prisional com ‘’Where
is the love?’’.
E por falar em militância e
oportunismo, precisamos falar sobre a Anitta no meio do ativismo. Por incrível
que pareça, já que nos últimos dias a cantora afirmou não querer se envolver
com política, então, não apoiaria ou iria se opor a nenhum candidato, Anitta já levantou discursos políticos algumas
vezes.
Por exemplo, ela foi uma das
grandes atrações durante a Parada Gay em São Paulo, que conta com milhões de
pessoas anualmente, e apresentou-se usando um look com as cores da bandeira LGBT.
Acontece que ativismo vende e não
é coerente aproveita-se da luta desse grupo ou de qualquer outro em seus shows ou clipes mas, não se opor publicamente ao candidato que mais propaga ódio contra a minoria
LGBT (além dos negros, mulheres etc) que ela tanto exalta, e com
maiores intenções de voto, segundo as pesquisas. Afinal, grandes poderes exigem
grandes responsabilidades.
Portanto, que passemos a cobrar mais dos
artistas que vendem discursos políticos e lucram com essas causas sensíveis. Afinal, ter uma morte vítima de homofobia a cada 19 horas ou ser diminuída no trabalho\lar\relacionamento\ruas por ser mulher é um assunto sério demais para tornar-se uma simples mercadoria e escada de sucesso para artistas que não são comprometidos o suficiente nem para declararem um sonoro #EleNão para um candidato a presidência que não respeita seu público.
E aí, você conhece mais algum
artista que usa sua voz para trazer mais visibilidade a causas políticas?
Comenta aqui embaixo e compartilhe com a gente!
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