A política pela ótica sombria de Ryan Murphy
A sétima temporada de
American Horror Story: Cult criada por Ryan Murphy e estreada em 2017 toca em
um assunto muito próximo aos nossos debates atuais: o medo e conservadorismo. A série se passa em
2016 e tem como cenário a eleição do presidente americano Donald Trump. Em seu
primeiro episódio mostra o resultado da competição política, focando na reação desesperada de Ally (Sarah Paulson) uma chefe de cozinha, mãe e lésbica, que sente naquele
momento que todos os seus direitos foram roubados. Em contrapartida Kai (Evan Peters) um homem jovem, branco, que é fanático por Trump e principalmente pelo efeito
que ele gera na sociedade, fica eufórico com a notícia que seu ídolo foi
eleito.
Para quem não conhece o seriado,
ele estreou em 2011 e desde então cada temporada trata de um terror diferente,
já foi narrado histórias de extraterrestres, bruxas, aberrações, vampiros, mas
nenhum terror foi tão crível como aquele que enfrentamos diariamente: o medo da
possível ausência dos direitos básicos. Donald Trump se elegeu em cima de um
discurso conservador que utiliza esse medo para conquistar o cidadão comum que
quer uma resolução rápida dos problemas.
Dentro desse cenário, a
série expõe as ansiedades que Ally desenvolveu após a eleição ao mesmo
tempo que mostra como Kai usa o pânico na sociedade para manipular todos a sua
volta, tendo como objetivo final entrar na política se apropriando do discurso
de Trump. Porém, como o enredo tem um lado sombrio, o personagem de Evan
Peters arquiteta situações violentas que reforçam o seu discurso de ódio, como:
assassinatos, agressões e até mesmo um ataque a ele dentro do próprio comício
político, tudo isso com a ajuda de uma manipulação midiática para colocá-lo na
posição de vítima.
Sendo assim, a série
aborda tanto uma situação real como a do presidente Donald Trump quanto uma
ficcional, apontando Kai como uma figura política perversa e calculista. Todas
essas questões são extremamente importantes para refletirmos sobre a situação
atual do Brasil, onde 46,7% da população escolheu para presidente um homem que, novamente, tem
ideias superficiais e conservadoras que colocam em risco grande parte da
população brasileira.
Agora nós te entendemos, Ally. 😟
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