12 Signos de Valentina: não troque uma obsessão por outra
12 signos de Valentina (2017) é
um livro da autora Ray Tavares – conhecidíssima no mundo das fanfics -, que
conta a história de Isadora, uma jovem estudante de jornalismo que namora a
seis anos com o Lucas, um cara que até então se mostrava ser atencioso, gente
boa e carinhoso, mas justamente na sua festa de aniversário ela descobre que
ele a traía com sua amiga da faculdade. Isadora não superou facilmente e caiu
numa fossa por meses se tornando obcecada pelo ex, até que sua prima a
convenceu a ir numa balada. Quem diria que lá era o local onde ela descobriria
o porquê do relacionamento não ter dado certo? Estava óbvio, ela era de áries
e ele de peixes. A partir desse momento, Isadora passa a ficar vidrada por
astrologia e busca justificar todas as atitudes humanas através dela, inclusive
seu término, trocando uma obsessão por outra.
Acredito que a autora buscava
justamente refletir sobre essa reação pós-término em que a maioria das pessoas
preferem culpar terceiros, o universo ou até mesmo a astrologia, do que admitirem
que tudo aquilo só está acontecendo por consequência de seus próprios atos. Óbvio
que o Lucas é culpado pelo namoro ter acabado com traição, mas a verdade é que
a relação já estava desgastada e eles não se gostavam tanto quanto antes, e não
há nada de errado nisso, relacionamentos acabam, pessoas mudam e cada um deve
seguir sua vida da maneira que julgar melhor. Isadora resolveu criar um blog e
se aventurar romanticamente pelos 12 signos do Zodíaco e fazer isso também está
ok, o ruim é quando a diversão se torna obsessão impedindo até mesmo dela
seguir outros relacionamentos mais profundos.
É fato que os indivíduos são plurais
e a forma de lidar com o sofrimento é muito particular, mas quanto mais rápido
olharmos para a situação de forma sincera, mais clara ela ficará e mais fácil será
de lidar com ela. Isadora demorou para compreender isso, mas por fim ela
percebeu (de uma forma bastante irônica) que a solução não eram os signos, relacionamentos,
nem chorar até se desidratar. A solução sempre esteve dentro dela e a todo
tempo ela só precisava ser verdadeira consigo mesma e se perdoar pelo conto de
fadas ter chegado ao fim.
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