She-Ra é didático
She-Ra e As Princesas do Poder é um reboot do clássico desenho animado
dos anos 80. A nova versão é produzida pela Dream World com parceria da
Netflix, que estreou em 16 de novembro na plataforma. A história narra sobre um
mundo mágico chamado Etéria que está sob os comandos malignos da Horda, um
grupo que pretende dominar todo o planeta. Em contraponto há uma
resistência liderada por princesas que pretendem proteger seus reinos. Adora, a
personagem principal, foi adotada pela Horda e manipulada por Sombria, que a
fez acreditar que toda destruição era causada pela rebelião. Porém, ao sair
escondida ela encontra uma espada que lhe revela o seu verdadeiro destino.
Tanto o reboot quanto a versão original seguem o mesmo enredo, porém a
forma que a narrativa e os personagens são construídos é diferente. Isso é
compreensível, pois a arte é baseada no contexto em que ela está inserida e a
She-Ra da década de 80 segue um modelo de entretenimento que não cabe mais nos
dias de hoje, por isso é possível perceber um contraste entre as duas.
Para mim, a principal diferença é a representatividade que há na nova
versão. Nela, cada personagem tem seu biótipo e cor de pele, os tornando
mais humanos e reais (apesar dos superpoderes). Diferentemente do desenho
original, em que a maioria eram postos com corpos atléticos, brancos e
sexualizados. O reboot também permitiu que as personalidades fossem mais
complexas, com questões internas e um aprofundamento nas relações sociais. Isso
faz com que eles tenham características únicas que os diferencia um dos outros,
tornando a narrativa dinâmica e interessante para o espectador, principalmente
porque é feito de forma espontânea e sem estabelecer rótulos.
Com isso, acredito que She-Ra chega a cumprir um papel didático, pois em
momentos que o preconceito se torna legalizado por figuras de poder, é
importante ter desenhos voltado para o público infantil, que incentiva a
inclusão e representatividade. Visto que a partir do momento que a criança
assiste uma produção com esses valores, ela tende a replicar as atitudes no seu
âmbito social, resultando numa aceitação às diferenças. Algo que precisa ser
exercitado imediatamente na nossa sociedade.
0 comentários
Obrigada pelo comentário! Se tiver um blog ou site, coloque o link!