Museu de grandes novidades
A série nacional Coisa Mais
Linda (2019) estreou semana passada na Netflix, com uma fotografia retrô e
roteiro esperto, arrancou suspiros da internet. O seriado se passa no fim dos
anos 50 e narra a história de quatro mulheres, sendo a principal Maria Luiza,
uma paulistana da alta sociedade que nutre o sonho com o marido de abrir um
restaurante no Rio de Janeiro. Ao descobrir que ele a abandonou e levou todo
seu dinheiro, ela se recusa a voltar a vida superficial que levava em São Paulo
e com a ajuda de Adélia, Thereza e Ligia decide seguir adiante com o seu sonho.
O seriado se dedica em
expor o machismo numa época que ele era tido como lei, na qual os homens
mandavam e as mulheres obedeciam sem questionamentos. Isso é mostrado em várias
perspectivas como quando Maria Luiza tenta tirar um empréstimo e precisa obrigatoriamente
da assinatura do marido ou quando na revista que Thereza trabalha os homens
utilizam pseudônimos femininos, pois o chefe não acredita na capacidade das
mulheres para a escrita, contudo precisa delas para comprar o seu produto. Esses
são exemplos extremos de como a sociedade patriarcal funcionava naquele momento,
entretanto outras situações mostradas ainda são comuns no dia a dia, como a violência
doméstica e o feminicídio.
Com isso, a série explora
a força da união feminina abordando de forma sensível temáticas como racismo,
desigualdade social, aborto e bissexualidade, mostrando que esses assuntos são
mais atuais do que nunca e que de alguma forma ainda vivemos no Brasil dos anos
50, repleto de tabus e proibições. Obviamente evoluímos, mas ao mesmo
tempo uma onda de conservadorismo nos puxa para trás. Coisa Mais Linda nos
serve como um lembrete para não deixarmos que o futuro repita o passado.
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