Se você tá acompanhando a internet durante o carnaval deve ter visto uma foto da atriz Bruna Marquezine no Bloco da Favorita. O look é todo da Rosa Chá, bem trabalhado nas pedrarias. É um visual ousado e a cara do carnaval, mas o que a galera tava criticando era os seios da garota. Uma enchurrada de críticas e ofensas nos comentários das redes sociais, reclamando que os seios dela eram "caídos, feios, murchos que ela devia ter botado silicone para turbinar já que tem tanto dinheiro, etc". GENTE??? Essa polêmica me fez pensar em algumas coisas.

Me pergunto se pessoas que fazem críticas do tipo sabem o que é um seio natural, um seio real, um seio sem silicone. Seios reais são muito diferentes, variam de pessoa para pessoa, é cada um de um jeitinho. Ter o peito grande, duro, redondíssimo e empinadão é para quem tem silicone. Provavelmente quem falou aquelas coisas dos seios da Bruna deve viver uma grande ilusão de filme pornô. E o pior, muitos caras acabam se baseando nos filmes pornôs para quase tudo na vida. A sociedade em si tem muito essa mania de exigir perfeição de todas as mulheres, e quando aparece uma pessoa que realmente não está nem aí para isso (tipo Bruna só querendo se divertir e ousar com sua fantasia no bloco), a quantidade de gente que cai matando em cima é enorme. Você já reparou que sempre que uma famosa posta uma foto, seja uma selfie ou uma foto de look por exemplo, sempre tem alguém nos comentários para comentar algum "defeito"? Pode abrir o Instagram e fazer o teste. Quantas vezes isso acontece em fotos de homens famosos? É muito mais raro do que com as mulheres. 

Voltando ao assunto seios, eu sempre tive muito complexo com os meus. Eles sempre foram pequenos e aquilo me incomodava tanto! Quando eu era mais nova, pensava "pelo menos ainda tenho alguns anos pela frente, quem sabe eles crescem?". Estava insatisfeita, mas ainda tinha "esperança". Esperança que nunca se concretizou, porque mesmo com vinte anos eles continuam do mesmo jeito. Me pergunto, afinal, porque sempre estive insatisfeita com o tamanho deles. Se eu nunca tomasse aquela velha frase "peito grande é que é bonito, peito grande é que deixa a mulher mais mulherão" como verdade absoluta, talvez eu fosse mais satisfeita com o que tenho. Talvez eu não evitasse usar decote por não "ter nada pra preencher". Talvez eu não achasse que ainda pareço uma menina no começo da adolescência. Pode parecer bobagem, mas é impressionante como a gente acaba levando os "padrões" à sério, por mais que a gente tente fazer eles nos irritarem menos.
Recentemente, decidi parar de me sentir sem graça porque meus seios são pequenos. A gente sabe que não é fácil lidar com essas neurinhas que estão nas nossas cabeças, mas acho importante tentar. Passei a seguir mais mulheres que têm essa mesma característica do "peitinho"e que conseguem ser mulherão mesmo assim, tipo Isis Valverde. Comecei a seguir o instagram dela para aceitar esse detalhezinho através do quanto ela consegue ser maravilhosa mesmo o detalhezinho dela. O próximo passo é deixar de encanar com o volume (no caso, a falta dele) dos seios em algumas blusas e biquínis. São coisas que a gente trabalha aos poucos, mas que é importante para a forma como a gente se vê e para empoderar outras mulheres também. Isis Valverde sendo linda e confiante mesmo tendo peito pequeno acaba fazendo eu me sentir da mesma forma.

É uma dica para levar pra vida, seja qual for o "detalhezinho"ou os "detalhezinhos"que você não curte muito. Pode ser o tamanho dos seios, o seu tipo de corpo, de cabelo, etc. Bruna Marquezine não está nem aí em exibir seus seios porque ela se sente bem com eles. Claro que ela, mesmo tendo um corpo considerado padrão, também tem as neuras dela, mas ela tenta deixar isso de lado. A sociedade, as pessoas nas redes sociais vão sempre querer julgar os corpos alheios e cobrar coisas sem sentido. A gente que é mulher não veio ao mundo pra ficar agradando a sociedade. O importante é a gente se sentir bem (seja com peito natural ou com peito siliconado) e também respeitar o corpo das outras pessoas.

O que você pensa sobre isso? O que você refletiu após ler este post? Me conta nos comentários!