The Handmaid’s Tale: Cuidado, há perigo na esquina
The Handmaid’s Tale é uma
série de 2017 criada por Bruce Miller e distribuída pela plataforma Hulu, o
seriado foi baseado no Conto da Aia (1985), livro da autora Margaret
Atwood, que relata um universo distópico em que o governo dos Estados Unidos
foi tomado por um sistema autoritário fundamentado no cristianismo, os “Filhos
de Jacó”, que transformou a grande potência mundial em Gilead, uma sociedade
dividida em castas que limita a população a exercer determinadas funções. A mudança
é justificada pela desestabilização causada pela baixa natalidade, consequência
da poluição e uso de agrotóxicos, a solução encontrada para reverter isso são as
mulheres férteis servirem ao estado. As Aias, como são denominadas, tem como
função principal participar de um ritual, no qual são estupradas por um dos comandantes
(alto cargo de Gilead), com o objetivo de engravidar e fornecer um “fruto” a nação.
A história vai focar em
June/Offred, uma Aia que serve ao comandante Fred e a sua esposa Serena. Ao
longo da história descobrimos que June trabalhava em uma revista, era casada, tinha
uma filha, bebia com as amigas nos finais de semana, gostava de ler e escutar
música. Era uma pessoa comum, que poderia ser eu, você, sua irmã ou vizinha. Isso
na minha opinião é o ponto mais fantástico da obra, não se trata apenas de uma
realidade distópica e aterrorizante, é mostrado gradualmente como as mulheres
foram perdendo seus direitos, sua voz, seu espaço e sua dignidade, se tornando apenas objetos com prazo de validade.
Algo parecido ocorreu em
1994 no Afeganistão, onde para confrontar uma invasão soviética um grupo islâmico
extremista, Talibã, tomou o poder. Esse governo deixou marcas profundas,
principalmente nas mulheres, que como em The Handmaid’s Tale foram perdendo
seus direitos aos poucos, até o momento em que não podiam trabalhar fora de
casa ou andar desacompanhadas.
Esses casos, um ficcional
e outro verídico, devem no mínimo nos fazer repensar sobre direitos, liberdade e democracia.
Principalmente na atual conjuntura política do Brasil, devemos compreender que esses
elementos são frágeis, mas ao mesmo tempo poderosos, motivos de luta e de
guerra, por isso é necessário protegê-los e nunca subestimar a retirada deles.
Hoje na nossa pátria
amada e idolatrada há perigo na esquina, eles até que venceram, mas o sinal não
está fechado para nós, pois juntos somos fortes.
1 comentários
Eu sempre quis saber sobre o que se tratava esse seriado e o livro e agora sabendo fiquei chocada... E sobre o caso real...
ResponderExcluirNossa!! :(
https://heyimwiththeband.blogspot.com/
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