Elas Vão Expor: Padrões de Beleza

Oie! O quadro que vocês curtem está de volta! #ElasVãoExpor da vez é sobre Padrões de Beleza. Conversei com algumas meninas e elas me contaram como os padrões de beleza mexeram com a vida delas e como elas lidaram/lidam com isso. Elas falaram sobre incômodos que já sentiram em relação a forma física, cabelo e cor de pele. O resultado disso foi vários depoimentos empoderadores de meninas diferentes, que aprenderam a amar mais a si mesmas e que têm muito a ensinar.
Eu sempre tive três complexos. Meu cabelo, minha altura e meu corpo. Para quem não sabe, meu cabelo originalmente é cacheadão e quando eu era mais nova não havia valorização de cabelos assim. Eu não sabia cuidar e não gostava dele. Passei a alisar. Eu até gostava, mas com um tempo passei a não me identificar mais com ele meio longo. Quando cortei meu cabelo curto, morri de amores. Me encontrei no curto e quero mantê-lo. Hoje em dia uso uma química mais leve e gosto de ousar nos cortes. Meu outro complexo era minha altura. Por muito tempo, fui uma das mais altas (e até mesmo a mais alta) da turma da escola. Minha altura gerava apelidos como girafa e eu fazia de tudo para não acentuar mais ainda ela, como usar sapato de salto. Atualmente relaxei em relação a isso porque encontrei outras pessoas do meu tamanho ou até maiores, me fazendo sentir mais "camuflada" (digamos assim). E, por fim, meu corpo. Sou magra e quase sem peito. Ainda me sinto incomodada porque é raro achar um sutiã que sustente e valorize direito. Aqui no Brasil o padrão é mulher magra com peitão e bundão. MAS GENTE, esse tipo de corpo é quase impossível! Ainda me sinto incomodada com esse detalhe do meu corpo, porém agora não me preocupo mais em estar "gostona" para agradar os outros ou para estar no padrão da mulher brasileira. Todas nós somos lindas e gostosas do jeito que somos. Com peitinho ou peitão. Magra ou gorda. Alta ou baixa. Lisa, ondulada ou cacheada. A sociedade tenta nos fazer se sentir incomodadas e reprimir algo que nos incomoda, mas a gente não pode deixar isso nos dominar. Não podemos se esconder do mundo por causa disso.

Falem, meninas!

Bárbara Damasceno 
Durante toda minha infância, meu corpo era "aceitável pela sociedade", mas bastou minha primeira menstruação chegar que tudo mudou. Parece que o aumento de hormônios não foi algo muito legal. Depois disso, tudo em mim veio a aumentar: seios, coxas, bunda e minha barriguinha. Isso me causou um pouco de raiva, afinal, nada mais ficava legal como antes. Sem falar que com a chegada da menstruação nos meses seguintes, fez aumentar meu desejo por comida, em especial, comidas doces. Tudo isso se uniu com o sedentarismo, resultando em notáveis números a mais na balança. Só que eu era uma pessoa "ocupada" demais para pensar na prática de exercícios físicos. Fiquei acomodada por anos, e durante todo esse período deixei de sair de casa, de conviver com amigos, família, conhecer gente nova. Eu me trancava e fingia que não existia um mundo por trás das paredes do meu quarto. Até que minha mãe resolveu me levar a uma psicóloga que me ajudou a enfrentar isso. Até porque não era algo tão exagerado assim, a maior parte de todo problema era coisa da minha cabeça, eu me proibida de fazer coisas porque me sentia culpada por tudo que tava acontecendo comigo. E durante todo esse período ouvi muita gente falando coisas em relação ao meu peso, dizendo que ficaria bem melhor com 5 quilos a menos, que eu não podia usar determinadas roupas, que eu deveria fazer algo pra ficar doente pra perder um pouco a vontade de comer e assim, perder alguns quilinhos (olha que absurdo). Mas, enfim, depois das conversas com a psicóloga e com minha mãe, tudo ficou mais claro. Eu não precisava ter 5 quilos a menos pra ser feliz. De modo algum. Eu era feliz, só não me permitia isso. Mas não diria que hoje em dia estou '100% ok' com meu corpo, mas sinto que estou indo no caminho certo.

Stéphanie Karoline
Desde criança ouvi que deveria arrumar meu cabelo e isso não significava deixar ele natural, e sim alisá-lo, fazer uma escova, "domar" ele, o que de certa forma me fez odiar meu cabelo até eu entender que o problema não era meu cabelo e sim as pessoas ao meu redor. Você é magra demais, seu cabelo é ruim e curto demais, sua pele é escura demais, você é alta demais, era sempre demais ou de menos e nunca o suficiente. Ver hoje que as coisas têm mudado mesmo que em passos lentos é maravilhoso. Mas também descobri que não adiantava apenas esperar que as pessoas mudassem seus pensamentos em relação aos padrões e sim foi necessário que eu aprendesse a me amar, me aceitar como eu era, quando as pessoas não te julgam o tempo todo se torna mais fácil, claro, mas a primeira pessoa que precisa parar de nos julgar tanto somos nós mesmos. A sociedade impõe sempre um padrão diferente e nós nos adequamos a ele, eu me adequei a ele, até que com experiências, que duraram anos, eu aprendi a me amar e respeitar a minha opinião e minha ideia sobre as coisas antes da de qualquer outra pessoa. Eu ainda me incomodo com uma coisa ou outra no meu corpo, na minha aparência, mas são coisas que EU me incomodo e mesmo com elas eu continuo me amando.

Nicole Martins 
São três pontos presentes em mim que me fazem refletir sobre o quanto esse padrão de beleza exclui a singularidade das pessoas. Sinceramente nunca me importei com os comentários alheios, sabe? Nem em relação ao meu corpo, o qual não se enquadra de maneira alguma, nem ao meu cabelo (que apesar de hoje ser consideravelmente normal) me traz olhares de superioridade das pessoas que o observam, e ainda menos importa o fato de que passo longe da famigerada feminilidade. Contudo, comecei a perceber que os padrões são muito mais rigorosos enquanto mulher. Como sinônimo do feminino você precisa garantir se enquadrar para garantir sua verdadeira perfeição. E isto não foi percebido do nada, pois foi me dito, passado e ensinado. Fui recriminada pelo meu corpo não perfeito, pelo meu cabelo sempre natural e tingido de cor chamativa, por não usar vestidos ou me maquiar diariamente. Enquanto para o meu irmão, como homem, o discurso passado para ele era outro: - “É normal, deixa ele. Isso é coisa de mulher. ” São pensamentos quadrados, machistas e infelizmente normalizados. Na verdade, já que estamos expondo, devo admitir que ouvir da minha própria família palavras tão cruéis em relação a minha aparência, e comportamento, me trouxeram muitas decepções. Mas toda essa tristeza que senti transformou a minha mente e consequentemente o meu jeito de lidar com padrões. E daí, se eu cansar disso tudo? Cansar do cabelo ondulado e dos cachos coloridos? Ou talvez abandonar as minhas curvas? O importante é estar bem consigo mesma. Não interessa se agrada ou deixa de agradar os outros. Hoje, enfrento os comentários maldosos e os olhares de desaprovação com um sorriso enorme por que pode não parecer, mas me sinto ótima.

Maria Fernanda
Eu estava insatisfeita com alguma coisa, precisava mudar, porém não sabia o que. Aos poucos fui percebendo que não era um "ideal de beleza", mas meu DNA, minha própria identidade. Há mais ou menos 1 ano tirei toda a parte danificada do meu cabelo, e fiquei apenas com o meu natural. Para algumas pessoas é apenas mais uma história sobre cabelo, para mim, é a minha história de superação e de amor próprio. Só sabe o quanto é difícil aquelas pessoas que sempre viveram "escravas do padrão". E por falar nisso, sempre ouço "Não saia de um padrão para entrar em outro", e é verdade. Não é o cabelo mais volumoso que é mais bonito, ou o mais definido, ou até o maior. Aqui o que vale é o SEU próprio natural. Hoje vivo bem comigo mesma, claro que ainda aparece aquelas pessoas que tentam me fazer mudar, me colocar de volta no rótulo, mas eu apenas sigo, sem deixar que me abale.

Amanda Krohn (do blog Fala aí Maluco
Os padrões de beleza me incomodam um pouco de vez em quando, mas não tanto quanto já me incomodaram no passado. Já cheguei ao ponto de chorar quando não tinha mais lápis de olho, só porque eu não conseguia me sentir bem sem maquiagem. Eu ficava com vergonha de ser observada na rua, queria me esconder, mas aos poucos fui abandonando e hoje em dia eu morro de preguiça até de passar batom kkk. Outras coisas que sempre me fizeram sentir mal são minha magreza extrema e meus pés enormes. Ser magra e não ter peito nem bunda me faz evitar vestidos muito retos, sempre prefiro os acinturados, senão fico parecendo uma tábua. Mas isso não me afeta tanto quanto meus pés, até hoje eu me ofendo quando alguém tenta deduzir o tamanho deles sem que a gente esteja falando sobre calçado, e falando em calçado, custa os olhos da cara achar algo no meu tamanho (41, pra quem estiver curioso rsrs). Eu procuro não me deixar afetar por esse tipo de coisa, até porque aparência não é tudo, mas seria bem legal achar calçados no meu número com mais facilidade pelo menos. Liquidação de calçado é algo totalmente distante da minha realidade. Hoje em dia eu me sinto muito mais bem comigo mesma do que há uns anos atrás, e fico feliz com isso. Tive amigas que sofreram muito por causa de outros padrões, elas no caso eram mais gordas, e eu sempre procuro empoderá-las para que elas não se martirizem por isso e sempre se lembrem de que elas são muito mais do que um padrão idiota.

Camila Diógenes
Nunca fui dentro do padrão, embora eu nunca tivesse "de boa" com meu corpo foi na pré-adolescência que me afetou mais e mesmo não gostando de nada, para mim a pior parte era o meu cabelo. Todas as meninas da escola, minhas amigas, todas tinham o cabelo liso, me sentia o patinho feio cacheado. Lembro de ter pedido inúmeras vezes a minha mãe para que ela alisasse e (ainda bem) ela nunca deixou. As mídias não ajudavam muito, tanto é que a primeira influência de cabelo cacheado tive com a Taylor Swift e a primeira matéria sobre cachos que vi em revistas teen foi em 2013, nesse mesmo ano me rebelei! Comecei a soltar a juba, a ver como meus cachinhos eram (e são lindos). Em 2014, mesmo não tendo muita referência de como cuidar deles, dava o meu jeito: literalmente caçar na internet óleos, cremes e hidratações. Outras meninas vinham me perguntar como eu cuidava deles. Coloquei na cabeça que alisantes jamais! Hoje em dia ainda não estou muito satisfeita comigo, mas meu cabelo é o meu xodó, não consigo mais me ver ser eles. As coisas melhoram quando cai a ficha que a perfeição não existe e a beleza é a que vem de dentro, sabe?

Gostou do post? Quer sugerir algum tema para o quadro? Quer opinar sobre isso? Me conta tudo nos comentários!

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13 comentários

  1. OOOOI MAH

    eu achei incrível esse quadro aqui! cheio de conteúdo MESMO!
    apesar de eu ter cabelo cacheado, eu realmente não me identifico. E nem é por construções sociais, é questão de gosto mesmo, sabe? Não me identifico como eu mesma estando de cabelo cacheado. Acho maravilhoso quem se livra das amarras da sociedade sobre os cabelos e usa cacheadão, black ou como ama: tudo é válido contanto que você se sinta bem.
    As meninas arrasaram!

    beijo
    www.beinghellz.com.br

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  2. ler essas coisas me faz feliz, mas ao mesmo tempo me trás uma enorme tristeza, me dá muita vontade de chorar, chorar porque o padrao existe e é cruel princiaplmente com mulheres, e chorar porque eu ainda nao consigo chegar nesse nivel de me amar, ja passei por tanta coisa e ainda passo, que é dificil :S



    http://www.jazzarrais.com/

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  3. Que incrível esse quadro e as meninas. Sabe, somos ensinadas a nos odiar e ter que mudar tudo em nós para se encaixar e ser amada. Sendo que a nossa singularidade que faz nossa beleza
    Beijos
    lolamantovani.blogspot.com.br

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  4. AMEI ESSE POST! É posts nesse estilo que poderiam sair mais vezes pra colocar de uma vez por todas na cabeça das pessoas que não existe um padrão. Cada um é cada um, se todo mundo fosse igual, seria um saco! Antigamente eu odiava meu nariz, achava ele muito grande pro meu rosto, me achava esquisita por causa do meu nariz. Aí teve um dia que entrei em um site que dava pra modificar e ver como ficava, aí você upava a foto e via como ficaria se fizesse uma cirurgia, daí quando fiz a tal da montagem, nossa... Fiquei parecendo o Lord Voldemort do Harry Potter, aí cheguei a conclusão de que se eu fizesse cirurgia, iria ficar horrível e que o meu nariz é do tamanho proporcional ao meu rosto mesmo e foda-se o que achem. Depois que comecei a aceitar, ficou muito melhor pra tirar fotos e etc, porque comecei a descobrir ângulos, estratégias de ficar bonita e etc. Enfim, adorei o post!
    Beijos!

    www.likeparadise.com.br

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  5. Que post demais! Muito bom ler sobre como essas moças começaram a se amar! Eu também sempre tive problemas comigo, hoje em dia eu não ligo tanto mas sempre penso que eu poderia melhorar... :(

    https://blogmylittlecandy.blogspot.com.br/

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  6. Realmente esses padrões de beleza nos fazem sofrer bastante. É foda :(
    Mas ainda bem que cada vez mais estamos nos aceitando como somos e estamos aprendendo a nos amar do jeitinho que somos!
    Ah, fiquei curiosa quanto te altura você tem??
    Eu sempre quis ser alta, mas sou baixinha :(

    https://heyimwiththeband.blogspot.com.br/

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    1. Eu tenho 1,70 m de altura, Val! Não é tão alta assim, mas quando eu era mais nova eu cresci muito acelerado, antes de todo mundo. Aí eu era grandona e todo mundo menor que eu. Atualmente, algumas pessoas me alcançaram, outras são maiores, outras menores. A variedade é maior agora.
      bjss

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  7. Por muito tempo tive muito complexo, pois sou baixinha e não tenho o corpo que a maioria das meninas da minha idade tem, isso me incomodava muito principalmente na hora que pessoas falavam que eu com 22 anos ainda tinha corpo de menininha de 15 anos, mas ai com o tempo fui me aceitando, e me apaixonando pelo jeito que sou. Hoje em dia se uma pessoa diz algo assim pra mim eu simplesmente sorrio e falo que eu amo o corpo exatamente como ele é. Adorei o quadro!! Traz mais quadros assim pois tenho certeza que vai ajudar muitas meninas!

    http://www.teoremademahlli.com.br

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  8. Eu já me senti péssima com meu corpo, os meninos me zoavam era horrível. Falavam que eu era feia e das minhas espinhas. Com o tempo tomei remédio pra espinha porque estava fazendo mal pra minha pele já, ganhei peito com o tempo e percebi que nada mudou. Era o que EU importava que fazia diferença, percebi que ninguém precisa me achar linda, eu sou ótima como sou.
    Eu sou baixinha e isso me gerou vários apelidos, mas confesso amar ser baixinha! Amo minhas cicatrizes de espinha e tudo! Sou feliz como sou ♥

    www.vestindoideias.com

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  9. Amei o post! Precisamos falar sobre o assunto.
    Bjs,
    www.juntasearrumadas.com

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  10. Lindo ler os depoimentos das meninas e perceber que estamos nos aceitando mais SIM. Todas somos lindas, cada uma a sua maneira. <3

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  11. Que saudade que eu tava de passar por aqui, to muito feliz de ver esse quadro novo por aqui, ameii.. Histórias como essas podem salvar vidas.. Parabéns!
    Bjs *-*http://freemodernage.blogspot.com.br/

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  12. Mana eu sempre gosto de acessar teu blog, mulher e atitude que sempre trás algo gostoso e produtivo de se ler. Esse blog aqui é todo sucesso
    Beijos


    http://www.cherryacessorioseafins.com.br/

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